Há exatamente dez anos, em 04 de janeiro de 2012, eu estava realizando o sonho de ouvir no rádio o meu nome no LISTÃO de APROVADOS da UFPA.
Para mim, estudar nunca foi um sacrifício, mas sim um grande prazer. Sempre tive amor ao conhecimento. Porém, quando se nasce pobre, estudar é um desafio diário. Tudo conspira para que nós nos achemos incapazes e não siguemos em frente. Foram vários os desafios e as barreiras que tive de vencer para, só então, naquele 04 de janeiro de 2012, aos quarenta e um anos e já pai de família e funcionário público municipal concursado desde 2002, eu pudesse realizar este sonho.
A aprovação foi só mais uma barreira das muitas que eu ainda teria de vencer. Manter-se no curso e conclui-lo foi ainda mais difícil do que entrar na UFPA. Trabalhar, cuidar da família e estudar, não é tarefa fácil. Já no início do terceiro semestre eu precisei trancar a faculdade para poder dar apoio à minha esposa que enfrentava um problema de saúde e para poder fazer plantões extras no Pronto Socorro, para compensar as perdas salarias que eu tive por conta da retirada do meu ABONO HPS na última gestão do Edmilson e pelo arrocho salarial causado pela gestão do Duciomar e que se intensificou depois, já na gestão do Zenaldo.
Retornei ao curso na Turma de 2014 e por ela eu fui adotado. Em setembro de 2018, finalmente eu me formei em Serviço Social por uma das maiores e mais bem conceituadas Universidades Federais do Brasil. A UFPA desenvolveu a minha consciência crítica e ampliou a minha visão de mundo.
Hoje, aos cinquenta e um anos, eu continuo um estudante que se prepara diariamente para tentar ser aprovado em outro concurso público. Somos eternos aprendizes e só deixamos de sê-lo depois de morrer.
Serei sempre grato à minha família que é o meu apoio moral, ético, emocional e financeiro.
Este ano de 2022 já chegou cheio de desafios e com um projeto de vida com metas a serem alcançadas.
Vamos que vamos!
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