"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

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"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

domingo, 6 de dezembro de 2020

"A favela venceu! O ED voltou!


    Esta foi uma verdade deliciosa de ouvir. Estava em um áudio num Grupo de Amigos do Parque Amazônia.

    Sábado, véspera da eleição municipal, eu fui para o Parque Amazônia, área de ocupação que fica localizada no bairro da Terra Firme, próximo à UFPA, e que teve origem no fim da década de 80 e foi apoiada pelo então deputado estadual Edmilson Rodrigues. Eu morei lá entre os anos de 1994 e 1997 e participava do MOJOPAM (Movimento Jovem do Parque Amazônia), Grupo de Jovens idealizado pelas lideranças do Centro Comunitário do Parque Amazônia. Hoje o Centro Comunitário não mais existe e os jovens da década de 90, agora são senhores e senhoras pais e mães de família. Muitos não moram mais na área, mas sempre estão por lá. Afinal, o MOJOPAM nunca deixou de existir, pois ele não está limitado à idade de seus membros fundadores e nem à existência do Centro Comunitário. O MOJOPAM é uma ideia viva. Uma ideia que nos une em torno de Ações Solidárias e de Confraternização entre os moradores da área.




    A minha ida ao Parque Amazônia, no sábado véspera da eleição, foi para encontrar outros membros do MOJOPAM e realizarmos uma Ação Solidária. A Ação Solidária aconteceu e foi um sucesso. Arrecadamos uma boa quantidade de alimentos para uma senhora que se encontra com câncer e é moradora do "Abrigo", outra área de ocupação que fica próxima à UFPA.



    Entregamos os alimentos à moradora beneficiada e nos reunimos a tardinha no Bar da Claudete, que também fica no "Abrigo". Foi um momento de comemorar o sucesso da Ação Solidária e falarmos sobre a eleição do dia seguinte. Na caixa amplificada tocava repetidamente o Jingle da Campanha do #ED50 e o povo todo cantava junto. Foi lindo.



    O ED voltou!

    O ED voltou!

    O ED voltou!

    Do "Abrigo" voltamos para o Parque Amazônia e lá visitamos a Suely, que foi presidente do Centro Comunitário do Parque Amazônia na época em que eu morava lá. Nos abraçamos e matamos as saudades. Afinal, ali estavam reunidos as antigas lideranças (Suely, Dona Branca e eu) e também o Zinho e o Leomir, que são filhos do seu Lauro, outra liderança da época.


    Paramos na Perimetral, em um bar, e adivinhem o que se ouvia entre um e outro sucesso das aparelhagens.

    Sim! Isso mesmo!

    O ED voltou!

    O ED voltou!

    O ED voltou!

    Parecia que eu tinha voltado no tempo até a primeira eleição do Edmilson Rodrigues à prefeito de Belém. Ali era a periferia se reconhecendo em uma liderança política. Era a periferia se sentido representada. Foi de arrepiar e a essa hora o coração pulsava como uma barrica nos Arrastões do Pavulagem.

    Deixei os meus amigos na Perimetral e desci pela rua Universal para pegar a Ligação e chegar à minha casa que fica na Comissário, próximo à Praça da Terra Firme. Mas, na universal eu fui parado na casa do meu amigo Mongol que estava reunido com outros queridos amigos. Não pude resistir a sequência de Rock Nacional e Internacional.


    Nem sei que horas eu cheguei em casa. Só sei que eu estava bêbado, feliz e de alma lavada.

    No domingo eu estava de plantão noturno no Pronto Socorro e não pude comemorar a vitória da favela, a vitória do #ED50. Mas, a verdade é que eu já havia comemorado antecipadamente, no dia e noite de sábado.

    Sim!

    A favela venceu!

    O ED voltou!