"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"
"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Metamórfica Segunda

Há cerca de doze ou treze anos, um querido amigo e, na época, aluno do curso de licenciatura em história da UFPa, hoje mestre e quase doutor em história Tony Leão(que apesar desse nome é torcedor do Paysandu), falou-me de uma brincadeira em forma de desafio.
Tony, Junior, Maurício e outros alunos do curso, propuseram reescrever, cada um a sua maneira, o início fabuloso de "A Metamorfose", de Franz Kafka: 

"Quando certa manhã Gregor Sansa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso"

Lembro de ter lido nesse dia poucas páginas desse início do livro, mas o bastante para tentar participar do desafio.
Não sei se ficaria como ficou se fosse escrever hoje, mas na época o resultado foi este:

Quando certa manhã chuvosa de segunda feira Idalécio Lopes acordou de sonhos inquietos e molhados. Isso mesmo! Molhados. Pois havia uma goteira sobre a sua cama. Ficou puto da vida ao perceber que metamorfoseará-se em alguma coisa asquerosa e indefinida.
Seria um inseto? Seria um "aborrecente" nerd e espinhento? Seria um clone do Jader Barbalho? Éca!
Estava de peito para cima, sua coluna doía pois passara o dia anterior deitado em um sofá muito pequeno, ouvindo música em um aparelho de som e assistindo no televisor o comentário imbecil, de um VJ imbecil, a respeito de um clip imbecil, de um imbecil e pseudo roqueiro chamado Supra.
Ergueu um pouco a cabeça, e vislumbrou o seu ventre em espasmos de cólica intestinal e azia, resultado da combinação "explosiva" de açaí, sarda assada, farofa de ovo, banana amassada e alguns copos de cerveja.
Então pensou:
Que merda de fim de semana! Não comi ninguém e ainda acordo na segunda feira com dor na coluna, caganeira e e atrasado para o trabalho.

domingo, 30 de janeiro de 2011

O que é amor?

Amor?
Inesplicação!
Antagônica agonia


Tesão, ternura, gozo, tortura
Almas entrelaçadas, expostas, nuas


Não é cor, raça e nem tão pouco sexo
São antíteses de um sentimento
Em um poema sem nexo

sábado, 29 de janeiro de 2011

Se toque!

Eu tenho TOC,
mas não perco o mote
Faço, refaço, revejo
e renasço com desejo


Se o pensamento é recorrente,
então eu penso
E do pensar extraio versos
como da terra extrai-se o broto


Minhas manias vou levando
na alegria ou no sufoco
E assim sigo minha sina
Meio poeta, meio louco

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Toma Lá, Dá Cá


A talentosíssima cantora Aninha do Rosário postou um texto em seu Orkut que me chamou a atenção. Ele tinha muito humor e pitadas de agressividade. Fiquei tentado a responder no mesmo tom, e o fiz.
Essa brincadeira de "toma lá, dá cá" resultou em algo muito engraçado:


(Texto de Aninha do Rosário)

Q mulher nunca teve
1 sutiã meio furado,
1 primo meio tarado,
Ou 1 amigo meio viado?


Q mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com 1 lipo na barriga?


Q mulher nunca comeu
1 caixa de Bis, por ansiedade,
1 alface, no almoço, por vaidade
Ou, 1 canalha por saudade?


Q mulher nunca apertou
O pé no sapato p/ caber,
A barriga p/ emagrecer
Ou 1 ursinho para ñ enlouquecer?
Só as mulheres p/ entenderem o significado deste poema! Estamos em 1 época em q:


Homem dando sopa, é apenas 1 homem distribuindo alimento aos pobres.

Pior do q nunca achar o homem certo é viver pra sempre com o homem errado.

Mais vale 1 cara feio com você do que 2 lindos se beijando...

Se todo homem é igual, pq a gente escolhe tanto?


Príncipe encantado q nada...

Bom mesmo é o lobo-mau!

Q te ouve melhor...
Q te vê melhor...
E ainda te come!






RESPOSTA (Postada por mim)

Que homem nunca teve

uma cueca meio furada,
uma prima muito safada ou
uma amiga meio sapata?

Que homem nunca sonhou
com a sogra enterrada viva,
em comer todas as amigas
sem nem ligar pra intrigas?

Que homem nunca comeu
uma puta por necessidade,
imaginando, na verdade,
outra realidade?

Que homem nunca bebeu
muita cerveja ou caninha
com o coração magoado
por mulheres como a Aninha?

Sei que a maioria dos homens certamente concordará comigo:
Com tanta mulher dando, não apenas sopa. Por que não aproveitar a variedade e degustar todos os pratos ofertados?
Se for difícil achar a mulher certa, vamos aproveitar a procura experimentando todas as erradas.
Melhor do que uma mulher feia ao seu lado, são duas lindas se beijando e você no meio.
Não complique a vida procurando o príncipe encantado. Se você me quiser posso ser seu lobo mau:

Como a avó e a neta e corro de pau duro atrás do caçador.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Minha Cabocla Morena

Foto: Luiz Braga.



O texto que postarei a seguir foi feito há treze anos. Mais especificamente numa segunda, 12 de janeiro de 1998. Dia do aniversário de Belém.
Com uma ressaca daquelas, depois de ter perambulado por vários bares na noite anterior, acordei inspirado e cheio de amores por minha cabocla morena. Escrevi em mais ou menos quinze minutos, quase que uma narrativa poética do que havia acontecido no final de semana.
Atualizei algumas coisas, por exemplo a referência ao Mestre Verequete que, na época, ainda estava vivo .
Ai está para a apreciação de vocês:





Minha Belém
(Idalécio Lopes)

Vem, meu mano!
Vou te mostrar um pouquinho de minha Belém.

É uma pena não poder levar-te à “Estrada Nova” para comeres aquele churrasco pai d’égua do Mestre Verequete, saboreando a melodia maravilhosa do carimbó que ele cantava.

Vem!
Vamos ao Bar do Parque, tomar uma cerveja puta de gelada, nos braços de uma puta quente.

E naquela atmosfera de Boêmia,
lembrar do Paranatinga...
“Uma cantiga de amor se mexendo,
uma Tapuia no porto a cantar,
um não sei que de saudade doendo
uma saudade sem tempo ou lugar”

E se ao amanhecer for manhã de domingo. Valei-me Nossa Senhora de Nazaré!
Eu vou ficando por aqui mesmo.
Porque domingo em Belém e Praça da República é que nem açaí e farinha.

Vou me assentar na ilharga daquela mangueira e apreciar o mano Ronaldo todo pavulagem cantar pra gente:
“Pro João Gomes eu mandei um verso antigo dizendo poeta é como chama acende é lamparina”

Corre, meu mano! Corre que lá vem a chuva!
Vamos subir lá no coreto e esperar ela estiar.
Enquanto aquela morena com cabelo rastafari e saia no rendengue, tomando um tacacá, lança pra mim um olhar de queimar.

Já vou chegando à boquinha da noite me despedindo da praça, mas não sem antes pedir a benção ao maestro bem em frente ao pequeno teatro:

Ah Waldemar Henrique!
Quantas saudades deixaste no coração dessa gente que, de tanto amor, faz Belém... Belém...Belém...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Desejo de Criança

    Quando eu ainda era uma criança e não sabia escrever, fazia em páginas de cadernos rabiscos sem sentido, tentava imitar os movimentos feitos pelas mãos das pessoas que eu via escrevendo. Interessei-me pela leitura e fui alfabetizado muito rapidamente, tamanha era a minha vontade de saber. Queria ler as revistas em quadrinhos e finalmente consegui.
    
    Numa noite quando toda a família estava reunida na sala em frente ao televisor. Até hoje não esqueço a novela que estava no ar naquela época: "Duas Vidas" na Rede Globo. Durante o intervalo comercial quando era, e acho que ainda é, veiculada uma chamada para doadores de sangue. Foi ali , diante de minha família surpresa e orgulhosa, que eu li em voz alta: "Precisa-se com urgência de sangue tipo 'O' positivo. Doadores dirijam-se ao banco de sangue do Pronto Socorro Municipal".
    
    Que felicidade eu senti naquele momento, vendo minha mãe orgulhosa do progresso do filho, olhando a cara dos meus irmãos surpresos com o meu feito. Dali em diante foi só desenvolver a leitura e a escrita. Porém, ficava inseguro na hora de escrever para a apreciação de terceiros, tinha medo de equivocar-me com a gramática e escrever de forma errada. Sempre fui muito exigente comigo mesmo, e justamente por isso tinha receio de desenvolver determinado tema em uma redação e ele ficasse medíocre.
    
    Hoje descobri que o meu grande erro foi ter medo de errar. Fiz alguns textos e nunca os mostrei a ninguém, mas agora, graças a essa maravilhosa ferramenta que é a internet e ao incentivo de amigos, eu vou exorcizar os meus medos e escrever tudo (ou quase tudo) o que eu quiser e da forma que eu quiser. Escreverei não para as outras pessoas e sim para mim mesmo. Se as outras pessoas gostarem, ótimo! E se não gostarem, sinto muito! De escrever eu não paro mais.