"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

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"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

MEMÓRIA DA LITERATURA DO PARÁ



Hoje o meu filho João Francisco (Chicão) foi o poeta Ruy Barata. A escola onde ele estuda realizou uma homenagem aos grandes escritores paraenses. Chicão, além de se caracterizar como o Paranatinga e declamar um texto de nosso maior poeta, também teve que, junto com sua turma, responder várias perguntas sobre a vida e a obra de Ruy Barata.
Auxiliei em sua pesquisa e entre as várias fontes que usamos está o livro PARANATINGA. Publicado em 1984, Paranatinga foi escrito por Alfredo Oliveira e editado pela Gráfica Falângola com o patrocínio do Governo do Estado do Pará. Paranatinga é uma coletânea de depoimentos e obra poética e musical de Ruy Barata.
Em 1990, foi lançada uma segunda edição atualizada de Paranatinga, editada pela Gráfica e Editora Cejup, onde Alfredo Oliveira registra vida e obra de Ruy Barata.

"De Ruy Barata há muito o que contar e, sobretudo, o que saber. Do poeta ao amigo, há um longo caminhar de histórias que não poderiam e nem deveriam ficar restritas ao âmbito dos que com ele convivem mais intimamente. Do compositor ao político, há instantes memoráveis e importantes que se misturam aos deliciosos episódios de uma boemia que traz a marca dos velhos tempos, boemia já talvez em via de extinção".
Edyr Proença.
(Comentário em orelha do livro Paranatinga)







Ao ouvir Chicão declamar o poema PRIMEIRO DE MAIO fiquei cheio de orgulho, principalmente quando ele pronunciou os últimos versos do poema, que são uma alusão ao "Manifesto do Partido Comunista".


"Ao contrário dos anos anteriores, este ano teremos um primeiro de maio tranquilo e sem agitações, já que os subversivos de nossa pacata cidade, entre eles Ruy Barata, Raimundo Jinkings, Benedito Monteiro, João Luiz Araújo, Humberto Lopes, Jocelyn Brasil, Sandoval Barbosa e Sá pereira, estão presos ou foragidos". (Dos Jornais)





PRIMEIRO DE MAIO


Surja esse verso de maio,
trazido pelos arcanjos,
um verso que faça maio,
o maio dos desenganos,
e fel transforme em doçura,
rendilhando de ternura,
os meus fracassos humanos.

Um verso que me decifre,
nas horas de ansiedade,
que não sendo antologia,
seja a minha humanidade,
levando por onde for,
os meus suspiros de amor
e gritos de liberdade.

Um verso assim como esse:
"Proletários de todo o mundo,
( uni-vos )" .

(Quartel da Companhia de Guardas da Polícia Militar do Estado do Pará, 1º de Maio de 1964 )