Há quase 32 anos, em 23 de abril de 1990, partia Ruy Barata em direção ao infinito. Morreu em São Paulo, aos 69 anos, em meio a uma cirurgia. Tinha ido à Sampa pesquisar sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazônia.
Ontem,
quando a morte passou
carregando meu corpo
não sei se para o céu
ou qualquer outro porto,
onde houvesse lugar
para um filho de Ogum,
eu vi que havia luz e madrugada
e um solo de canção desesperada,
nos olhos da mulher que não me amou.
Ontem,
quando a morte passou,
lá no bar onde bebo,
e como linda Inês,
posta em sossego,
em seus braços de seda me tomou,
senti que a vida inteira me fluía
e que a triste canção que eu perseguia
jazia na mulher que não me amou.
"Braços de seda". Música de Paulo André e Ruy Barata. 1983. Gravação Vital Lima.
Foto Luiz Braga
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