"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

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"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ao meu cunhado-irmão


Há cerca de trinta e três anos uma pessoa muito especial entrou para o convívio de minha família. Nonato era o seu nome, porém muitos amigos o chamavam de Paleco, mas para mim e meus irmãos ele sempre foi o Natinho, nosso cunhado mais velho (esposo da irmã mais velha).
Natinho era brincalhão, alegre, irreverente, gaiato, festivo e, por incrível que pareça e por mais contraditório que soe, conseguia ser tudo isso sem deixar de ser extremamente rabugento e ranzinza.
Com o passar do tempo ele foi conquistando a todos nós, tornou-se, além de cunhado um irmão e, para mim em particular, um pouco pai, pois quando ainda era criança morei um tempo com ele e minha irmã.
Ele ensinou-me a gostar de violão, instrumento que tentei aprender a tocar, porém desisti diante de minha total falta de talento pra coisa. Através dele fui apresentado às obras de Cartola, Noel Rosa, Pixinguinha, Adoniran Barbosa, Lupicínio Rodrigues, Gonzaguinha, Ruy Barata e Paulo André Barata entre outros grandes nomes de nossa música popular brasileira.
Estava sempre perto de nós, nos momentos de grande alegria e comemoração, mas também nos momentos de tristeza e desespero. Por conta de sua irreverência ele sempre conseguia aliviar a tensão dos momentos de angustia, era do tipo que contava piadas em velório e até conseguia arrancar sorrisos dos rostos das pessoas que estavam com o coração chorando de tristeza. E por ter essa habilidade, sua presença sempre foi de grande ajuda nessas horas.
Nos últimos cinco anos freqüentemente me dizia que eu não poderia morrer antes dele, pois as suas roupas não caberiam em mim (piada interna).
Posso dizer que com o Natinho eu aprendi, também, a rir e fazer pouco da cara da morte, isso mesmo, meu cunhado-irmão estava cagando e andando para a morte, zombava dela como quem zomba de uma criança tola, mas que acha que é esperta. Ele chegou a mostrar-me o caixão no qual gostaria de ser sepultado e sempre disse em alto e bom som que gostaria que seu velório fosse feito com muita música e com amigos cantando. Na verdade esse pedido não me chocou, pois ele sempre foi um boêmio, era apaixonado por samba e sempre demonstrou isso. Mas o pedido que não esqueço e que eu sempre achei mais engraçado e, talvez, o mais difícil de realizar era que fossem convidadas mulatas da "Embaixada de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná” para sambar no seu velório. Toma-te!
Foi muito bom termos convivido com esse nosso querido rabugento, sentiremos a falta dele, mas o teremos sempre perto, em cada lembrança, em cada saudade...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Bloco da Canalha 2012 - Maria da Penha Neles!


 Marchinha campeã do Concurso de Marchinhas Carnavalescas do Bloco da Canalha 2012.




MARIA DA PENHA NELES
Autoria: Rita Melém e Cris Rodrigues



No mundo patriarcal
Explorar mulher parece natural
Cuidado macharada
Bater em mulher não tá com nada

Refrão
Maria da Penha neles 
Maria da Penha neles 

É o bloco da canalha
Na luta com a gente.

Todo carnaval
É igual ao que passou
A mulher é presa fácil
E o macho, o predador

Refrão

Em todo lugar
É um tal de come, come
O cara se acha o tal
Mas é a mulher que engole o homem

Refrão

Galera da Canalha, (não se calem)
Chegou a nossa vez, (agora é lei)
Denuncie o agressor (180)
E mande pro xadrez


Voz: Cris Rodrigues 
Coro: Albert Cordeiro, Aninha do Rosário, Cris Rodrigues, Cris Salgado, Larissa Leite, Rita Melém, Tony Leão. 
Sax: Edinho do Sax 
Trompete: João do Trompete 
Violão de 7: Albert Cordeiro 
Cavaquinho: Robson Conceição 
Baixo: Emílio Leite 
Teclado: Marcos Leite 
Percussão: Estúdio EMMA 
Arranjo: Todos 
Técnica de som: Larissa Leite 
Técnico de Mixagem: Emílio Leite 
Editor de imagens: Idalécio Lopes
Produção Executiva: Tony Leão 
Realização: Bloco da Canalha: A vil ralé que cospe no chão!

Boi da Terra é Cultura de Paz

BOI DA PAZ
(Rita Melém e Cris Rodrigues)


Se o boizinho é da terra 
Cultivando tudo dá
Brota o cortejo nas ruas
Da cultura popular (ê boi)

Este é o Boi da Terra
Em Terra Firme tudo se faz 
Com barrica, tambor e toada
Se germina a cultura de paz (ê boi)

Se o boizinho é da terra
Seu mugido se faz ecoar
Com batalhão, mutuca e tripa 
Sai do curral pra nos alegrar (ê boi)

CONCURSO DE MARCHINHAS DO BLOCO DA CANALHA, CARNAVAL 2012

Letras das Marchinhas concorrentes:

MARIA DA PENHA NELES

(Cris Rodrigues e Rita Melém)
No mundo patriarcal

Explorar mulher parece natural

Cuidado macharada

Bater em mulher não tá com nada

Refrão

Maria da Penha neles 

Maria da Penha neles 

É o bloco da canalha

Na luta com a gente.

Todo carnaval

É igual ao que passou

A mulher é presa fácil

E o macho, o predador

Refrão
Em todo lugar

É um tal de come, come

O cara se acha o tal

Mas é a mulher que engole o homem

Refrão
Galera da Canalha, (não se calem)

Chegou a nossa vez, (agora é lei)

Denuncie o agressor (180)

E mande pro xadrez


LEITO DE TAMBA-TAJÁ
(Ruy do Carmo/Tommil Paixão) 

Leito de Tamba-Tajá

De boto namorador

Mulato, corpo perfeito,

Dançarino do amor

Chega assim ribeirando

Moço apaixonador

Vem pro Bloco da Canalha

O galante sedutor (2x)

Eita paixão danada

Ocorre no leito do rio

Os corpos enluarados

São prova de um amor viril (2x)

Boto meu irmão de lua

Vê se não descuida não,

Mano usa a camisinha,

AIDS não é fácil não (2x)


FREVO MARXISTA
(Tony Leão e Rafael Guerreiro)

Vou me fantasiar de alegria

E pular o carnaval na avenida

Vou deixar todos esses valores

Guardado na gaveta da vida

O carnaval é a festa da carne

E o vermelho e a cor da folia

Vil ralé que cospe no chão

Uni-vos assim no refrão

Refrão

Caminhando e cantando

E seguindo a fanfarra

No carnaval a regra é clara

Tod@s soldados do riso

Subvertendo a ordem

Na lei de Momo ou na marra!




EU SOU CANALHA

(Raimundo Reis Filho – “Pintinho” do Boi da Terra)

Eu vou pular de alegria

Até dá calo no pé

Pois carnaval é folia

Só não brinca quem não quer

Quem puxa o saco

Quem cospe no chão

Quem é bichinha

Quem é sapatão

Quem é de boi ... Ê boi!

E poesia

Eu sou canalha 

Eu sou folia

Eu vou... eu vou...!




FUJA DA ARRAIA

(Cris Rodrigues e Rita Melém)

Me embrenhei no meio da praia virgem

Fugindo da correnteza

Cuidado: água parada

É sinal de arraia com certeza

Refrão:

Ferrada dói, ferrada dói

Ferrada de arraia 

Dói, dói, dói

Ferrada dói, ferrada dói

Chupa logo esse veneno

Se não ele corrói.




CUTICA E COME 
(Rui do Carmo/ Tommil Paixão)

Tuíra do lodo

vou me fantasiar,

bebendo água-ardente pela chuva 

só pra sacanear. 

No chamego dessa nega,

de acesume escandaloso

quando o amor cutica a gente

ai! me cutica.

Fica tudo mais gostoso.


Urubu do ver-o-peso já disse,

sendo o do rei do bacanal

só quem não come turu,

não levanta o pau!

No embalo desse frevo

de vai-e-vem ofegante

no Bloco da Canalha,

Transmimento de pensassão

Hoje eu acordei com um poema muito pai d'égua, escrito por meu amigo Tony Leão, martelando em minha cabeça. Dai que eu vou até o seu Blog para ver as novidades e eis que ele havia re-postado o tal poema. Que bruxaria é essa?
Transmimento de pensassão. rsrsrsrsrs
Aqui está o poema:

Poema que não fala de política!
à todos aqueles que não desistem de lutar!

hoje eu não quero discutir
política
a não ser a política deste poema
este poema, meus car@s, não passa de um radical
ele não acredita neste bla bla bla todo...
ele defende a reforma agrária
defendo a reforma urbana
defende o humanismo como fim último do homem
ele defende o religare do homem consigo mesmo
ou seja, este poema é um fodifo
não passa de um idealista fora do tempo
mas, ele não tá nem ai pra essa gente careta
não tá nem ai pra essa gente covarde
não tá nem ai pra essa gente velha
que mesmo muito nova em idade, já representa tudo que é velho na sociedade!
meu car@s amig@s, na verdade este poema é um caso que não tem solução
tanto é assim que ele usa o @ quando usa o termo “caros”
porque este poema é contra o patriarcalismo e todas formas de opressão
este poema é um limitado
pois que todos os poemas o são
e ele não é perfeito e nem quer que o pensem assim
mas, ele não desiste, ele quer continuar
é um poema que tem esperança
por mais que leve muito mais porrada do que bata
este poema não passa de um miserável
o coração dele está com os miseráveis que caminham sem rumo
seu coração está com os Sem Terra, está com os Sem Teto, está com os Sem Dentes, está com os Sem Dignidade!
este poema não passa de um puto
ele gosta das putas e dos drogados
provavelmente este poema mora na cracolândia
dorme entre ratos e come migalhas
dorme nas favelas, mora nas baixadas
este poema só pode estar drogado
este poema só pode ser um negro ou um índio
este poema só pode ser um degenerado
pois só poemas degenerados pensam estes tipos de coisas em pleno século XXI
na verdade, este poema que se foda!
este poema que vá pra casa do caralho!
este poema que leve porrada da polícia!
este poema que seja torturado!
porque este poema já tá me dando no saco
pois como disse no início deste poema
hoje não quero discutir política!

http://mimcomigomesmo.blogspot.com/2012/02/poema-que-nao-fala-de-politica.html