"A liberdade jamais e dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido"

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Minha Cabocla Morena

Foto: Luiz Braga.



O texto que postarei a seguir foi feito há treze anos. Mais especificamente numa segunda, 12 de janeiro de 1998. Dia do aniversário de Belém.
Com uma ressaca daquelas, depois de ter perambulado por vários bares na noite anterior, acordei inspirado e cheio de amores por minha cabocla morena. Escrevi em mais ou menos quinze minutos, quase que uma narrativa poética do que havia acontecido no final de semana.
Atualizei algumas coisas, por exemplo a referência ao Mestre Verequete que, na época, ainda estava vivo .
Ai está para a apreciação de vocês:





Minha Belém
(Idalécio Lopes)

Vem, meu mano!
Vou te mostrar um pouquinho de minha Belém.

É uma pena não poder levar-te à “Estrada Nova” para comeres aquele churrasco pai d’égua do Mestre Verequete, saboreando a melodia maravilhosa do carimbó que ele cantava.

Vem!
Vamos ao Bar do Parque, tomar uma cerveja puta de gelada, nos braços de uma puta quente.

E naquela atmosfera de Boêmia,
lembrar do Paranatinga...
“Uma cantiga de amor se mexendo,
uma Tapuia no porto a cantar,
um não sei que de saudade doendo
uma saudade sem tempo ou lugar”

E se ao amanhecer for manhã de domingo. Valei-me Nossa Senhora de Nazaré!
Eu vou ficando por aqui mesmo.
Porque domingo em Belém e Praça da República é que nem açaí e farinha.

Vou me assentar na ilharga daquela mangueira e apreciar o mano Ronaldo todo pavulagem cantar pra gente:
“Pro João Gomes eu mandei um verso antigo dizendo poeta é como chama acende é lamparina”

Corre, meu mano! Corre que lá vem a chuva!
Vamos subir lá no coreto e esperar ela estiar.
Enquanto aquela morena com cabelo rastafari e saia no rendengue, tomando um tacacá, lança pra mim um olhar de queimar.

Já vou chegando à boquinha da noite me despedindo da praça, mas não sem antes pedir a benção ao maestro bem em frente ao pequeno teatro:

Ah Waldemar Henrique!
Quantas saudades deixaste no coração dessa gente que, de tanto amor, faz Belém... Belém...Belém...

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