Hoje o
meu filho João Francisco (Chicão) foi o poeta Ruy Barata. A escola onde ele
estuda realizou uma homenagem aos grandes escritores paraenses. Chicão, além de
se caracterizar como o Paranatinga e declamar um texto de nosso maior poeta,
também teve que, junto com sua turma, responder várias perguntas sobre a vida e
a obra de Ruy Barata.
Auxiliei
em sua pesquisa e entre as várias fontes que usamos está o livro PARANATINGA. Publicado em 1984, Paranatinga foi escrito por
Alfredo Oliveira e editado pela Gráfica Falângola com o patrocínio do Governo
do Estado do Pará. Paranatinga é uma coletânea de depoimentos e obra poética e
musical de Ruy Barata.
Em 1990, foi lançada uma segunda
edição atualizada de Paranatinga, editada pela Gráfica e Editora Cejup, onde
Alfredo Oliveira registra vida e obra de Ruy Barata.
"De Ruy Barata há muito o que contar e,
sobretudo, o que saber. Do poeta ao amigo, há um longo caminhar de histórias
que não poderiam e nem deveriam ficar restritas ao âmbito dos que com ele
convivem mais intimamente. Do compositor ao político, há instantes memoráveis e
importantes que se misturam aos deliciosos episódios de uma boemia que traz a
marca dos velhos tempos, boemia já talvez em via de extinção".
Edyr Proença.
(Comentário em orelha do livro Paranatinga)
Edyr Proença.
(Comentário em orelha do livro Paranatinga)
Ao ouvir
Chicão declamar o poema PRIMEIRO DE MAIO fiquei cheio de orgulho, principalmente quando ele
pronunciou os últimos versos do poema, que são uma alusão ao "Manifesto do Partido Comunista".
"Ao contrário dos anos anteriores, este ano teremos um
primeiro de maio tranquilo e sem agitações, já que os subversivos de nossa
pacata cidade, entre eles Ruy Barata, Raimundo Jinkings, Benedito Monteiro, João
Luiz Araújo, Humberto Lopes, Jocelyn Brasil, Sandoval Barbosa e Sá pereira, estão
presos ou foragidos".
(Dos Jornais)
PRIMEIRO DE MAIO
Surja esse verso de maio,
trazido pelos arcanjos,
um verso que faça maio,
o maio dos desenganos,
e fel transforme em doçura,
rendilhando de ternura,
os meus fracassos humanos.
Um verso que me decifre,
nas horas de ansiedade,
que não sendo antologia,
seja a minha humanidade,
levando por onde for,
os meus suspiros de amor
e gritos de liberdade.
Um verso assim como esse:
"Proletários de todo o mundo,
( uni-vos )" .
(Quartel da Companhia de Guardas da Polícia Militar do Estado do Pará, 1º de Maio de 1964 )